Hamaguchi, Ryusuke - Dirija meu carro (2021)
RYUSUKE E O DIRECIONAMENTO DAS MINHAS EMOÇÕES
Em três horas, Ryusuke Hamaguchi faz o espectador mergulhar na psiquê de dois personagens – suas maiores dores e conflitos internos – de uma maneira unicamente íntima e se utiliza da poesia visual e metáforas bem desenvolvidas para desenvolver uma história sobre confiança, amor, perdão e perda em “Drive My Car” seu mais recente longa, de 2022.
A experiência estética proporcionada ao longo da trama imerge o espectador e prende o mesmo até o último segundo, levando-o à uma catarse sem igual. A ambientação muitas vezes silenciosa, os longos planos de contemplação e a beleza dos cenários urbanos abrem espaço para a reflexão a respeito dos temas – abordados com sutileza e maestria.
Da mesma maneira, a profundidade dada aos personagens faz com que seus sentimentos sejam transmitidos quase que diretamente para àquele que os assistem – a amargura, o desapontamento, a melancolia, até mesmo o vazio sentido pelo protagonista. Graças à essa construção, o aprendizado e o conforto ao final do longa também são passados ao espectador – dando ao filme um emocionante desfecho.
